sábado, 21 de junho de 2008

Globalização: Perversidade e Fábula parte II

Continuando a reflexão sobre Globalização e o Mundo pós-queda do Socialismo...

"Hoje em meu sangue a América se nutre
Condor que transformara-se em abutre,
Ave da escravidão,
Ela juntou-se ás mais... irmã traidora
Qual de Josè os vis irmãos outrora
Venderam seu irmão."
(Castro Alves, Vozes d'África)

O que é o subdesenvolvimento? O que é um país em desenvolvimento? O que é o Terceiro Mundo? É interessante como um conceito pode mudar tanto em tão pouco tempo. Na verdade, são três termos que mudaram, mas que dizem a mesma coisa: colônias. Como diz Eduardo Galeano: "Nestas terras, o que assitimos não é a infancia selvagem do capitalismo, mas a sua cruenta decrepitude. O subdesenvolvimento não é uma etapa do desenvolvimento. É sua consequência. O subdesenvolvimento da América Latina provém do desenvolvimento alheio e continua a eliminá-lo. Impotente pela sua função de servidão internacional, moribundo desde que nasceu,o sistema tem pés de barro. Postula a si próprio como destino e gostaria de confundir-se com a eternidade. Toda a memória é subversiva por que é diferente. Todo projeto de futuro também." (Eduardo Galeano, As veias aberttas da América Latina) Nossa sociedade sempre se gerou e se reproduziu como uma caricatura dos países do norte, primeiro os Ibéricos, depois a Inglaterra e agora somos imitações fajutas das sociedades de Consumo dos países "desenvolvidos". Josué de Castro também reflete sobre o subdesenvolvimento: "O subdesenvolvimento não é, como muitos pensam equivocadamente, insuficiência ou ausência de desenvolvimento. O subdesenvolvimento é um produto ou um subproduto do desenvolvimento, uma derivação inevitável da exploração econômica colonial ou neocolonial, que continua se exercendo sobre diversas regiões do planeta". (Josué de Castro, Geopolítica da Fome). Ou seja, para estes pensadores o desenvolvimento econômico e social dos povos não é linear, nem é evolucionista. Darwin, mesmo sem saber, deu embasamento teórico e científico para as mais diversas atrocidades do mundo capitalista, por isso não é nem um pouco espantoso que Diego Rivera o coloque do lado dos capitalistas no seu maravilhosos mural "The in the cross-road of the universe". Dessa forma, nas ciências humanas o mal que Darwin fez foi sedimentar em quase todas teorias históricas, sociológicas, econômicas e antropológicas a idéia de desenvolvimento. E fundar como Inacio de Loyola fez a "Ordem de Jesuítas da Ciência" que levariam o progresso e o desenvolvimento àsos povos do restante do mundo (entenda-se por América com a excessão dos EUA , Ásia e África)

Dessa forma o Globaritarismo e o Neo-liberalismo nada mais são do que ferramentas, novas Cias das Indias Orientais e Ocidentais, de exploração dos Países Ricos, que só são ricos por que retiraram e continuam retirando com a nossa conivência as riquezas dos nossos países. ou então como o poema de Castro Alves enuncia, nós fazemos o trabalho sujo para que os países ricos não manchem suas economias com o sangue e o suor que jorram dos porões do terceiro mundo. Latino-americanos escravizam os negros, indígenas e todas as outras minorias oprimidas no nosso e em todos os continentes. Como dizia Paulo Freire em sua Pedagogia do oprimido, a genuína revolução não se faz atacando e derrubando as classes dominantes, existe uma relação íntima do dominado com seu opressor, existe dentro do domindado um opressor pronto para atacar o mais fraco, a verdadeira revolução liberta todos, não exclui ninguém, não é imposta, mas é vivida. É uma revolução da Libertação e do Diálogo.

Termino a reflexão com um frase que é cômica, mas que no fundo tem muita verdade...


"É urgente que o país explore suas riquzas, por que a pobreza não aguenta mais ser explorada"
(Não me recordo o autor)

Abraços a todos! Continuaremos discutindo, debatendo e lutando sempre...

Um outro mundo é possível!
.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Globalização: Perversidade e Fábula parte II

Continuando a reflexão sobre Globalização e o Mundo pós-queda do Socialismo...

"Hoje em meu sangue a América se nutre
Condor que transformara-se em abutre,
Ave da escravidão,
Ela juntou-se ás mais... irmã traidora
Qual de Josè os vis irmãos outrora
Venderam seu irmão."
(Castro Alves, Vozes d'África)

O que é o subdesenvolvimento? O que é um país em desenvolvimento? O que é o Terceiro Mundo? É interessante como um conceito pode mudar tanto em tão pouco tempo. Na verdade, são três termos que mudaram, mas que dizem a mesma coisa: colônias. Como diz Eduardo Galeano: "Nestas terras, o que assitimos não é a infancia selvagem do capitalismo, mas a sua cruenta decrepitude. O subdesenvolvimento não é uma etapa do desenvolvimento. É sua consequência. O subdesenvolvimento da América Latina provém do desenvolvimento alheio e continua a eliminá-lo. Impotente pela sua função de servidão internacional, moribundo desde que nasceu,o sistema tem pés de barro. Postula a si próprio como destino e gostaria de confundir-se com a eternidade. Toda a memória é subversiva por que é diferente. Todo projeto de futuro também." (Eduardo Galeano, As veias aberttas da América Latina) Nossa sociedade sempre se gerou e se reproduziu como uma caricatura dos países do norte, primeiro os Ibéricos, depois a Inglaterra e agora somos imitações fajutas das sociedades de Consumo dos países "desenvolvidos". Josué de Castro também reflete sobre o subdesenvolvimento: "O subdesenvolvimento não é, como muitos pensam equivocadamente, insuficiência ou ausência de desenvolvimento. O subdesenvolvimento é um produto ou um subproduto do desenvolvimento, uma derivação inevitável da exploração econômica colonial ou neocolonial, que continua se exercendo sobre diversas regiões do planeta". (Josué de Castro, Geopolítica da Fome). Ou seja, para estes pensadores o desenvolvimento econômico e social dos povos não é linear, nem é evolucionista. Darwin, mesmo sem saber, deu embasamento teórico e científico para as mais diversas atrocidades do mundo capitalista, por isso não é nem um pouco espantoso que Diego Rivera o coloque do lado dos capitalistas no seu maravilhosos mural "The in the cross-road of the universe". Dessa forma, nas ciências humanas o mal que Darwin fez foi sedimentar em quase todas teorias históricas, sociológicas, econômicas e antropológicas a idéia de desenvolvimento. E fundar como Inacio de Loyola fez a "Ordem de Jesuítas da Ciência" que levariam o progresso e o desenvolvimento àsos povos do restante do mundo (entenda-se por América com a excessão dos EUA , Ásia e África)

Dessa forma o Globaritarismo e o Neo-liberalismo nada mais são do que ferramentas, novas Cias das Indias Orientais e Ocidentais, de exploração dos Países Ricos, que só são ricos por que retiraram e continuam retirando com a nossa conivência as riquezas dos nossos países. ou então como o poema de Castro Alves enuncia, nós fazemos o trabalho sujo para que os países ricos não manchem suas economias com o sangue e o suor que jorram dos porões do terceiro mundo. Latino-americanos escravizam os negros, indígenas e todas as outras minorias oprimidas no nosso e em todos os continentes. Como dizia Paulo Freire em sua Pedagogia do oprimido, a genuína revolução não se faz atacando e derrubando as classes dominantes, existe uma relação íntima do dominado com seu opressor, existe dentro do domindado um opressor pronto para atacar o mais fraco, a verdadeira revolução liberta todos, não exclui ninguém, não é imposta, mas é vivida. É uma revolução da Libertação e do Diálogo.

Termino a reflexão com um frase que é cômica, mas que no fundo tem muita verdade...


"É urgente que o país explore suas riquzas, por que a pobreza não aguenta mais ser explorada"
(Não me recordo o autor)

Abraços a todos! Continuaremos discutindo, debatendo e lutando sempre...

Um outro mundo é possível!
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sexta-feira, 13 de junho de 2008

"Globalização: Perversidade e Fábula" (Milton Santos)


A globalização...

Me lembro de ter que escrever sobre ela na minha 7ª série, minha professora não havia explicado tão bem, portanto meu conceito era infantil e equivocado. Minha resposta não foi aceita, e eu fiquei de recuparação em Geografia. Bom, depois no ensino médio também não me foi apresentada essa tal de Globalização, na qual eu já estava inserido desde de nascido, mas que ignorava como todas aquelas leis da físico-química-matemática.
O mais triste é que ela não me era apresentada como uma coisa ruim, como uma forma especializada de exploração através da técnica e do capital. Era como tantos outros conceitos demostrados nas ciências humanas: uma abstração, uma entidade acima de todos nós e nunca apalpável. Dessa forma castravam toda e qualquer forma de pensamento crítico de minha mente e de todas as possíveis mentes de meus colegas.
Milton Santos nos demostra que existem três mundos dentro do nosso planetinha, o mundo que nos fazem ver (Globalização como fábula), o mundo como é (Globalização como perversidade) e o mundo como pode ser (uma outra Globalização). Bom, muitos de nós vão nascer, crescer e morrer vendo apenas a fábula (o grande espetáculo da Globalização) e acreditar que vivemos em um mundo unificado, em uma autêntica aldeia global. Essas pessoas são levadas a acreditar nessa fantasia pelos meios de comunicação, pois, diferentemente, de uma "aldeia comum" as informações não chegam do nosso vizinho, mas vem de muito longe. Passam no meio do caminho por redações, edições e programações, ficando "pasteurizadas" por assim dizer (são eliminadas todas as formas de crítica à perversidade da Globalização). Lênin colocou o Imperialismo como fase-superior do capitalismo, e podemos admitir, conjuntamente, que a Globalização é filha predileta do Imperialismo, visto que ela não ameniza as diferenças regionas geradas pelo Imperialismo dos séculos XIX e XX e as dissimula, levando as populações pobres do terceiro mundo (por mais que me digam que este termo é antiquado depois da queda do socialismo real eu penso que seja o termo mais correto para se aplicar aos países sub-desenvolvidos) a acreditar que estão inseridas na fábula do mundo "desenvolvido".
A classe dos remediados e a classe alta nos países pobres ficam maravilhadas e entorpecidas pela fantasia de apreender as migalhas das sociedades "evoluídas", como Marx havia dito: "A religião é o ópio do povo", reformulando-se essa denúncia, no alvorecer do século XXI, "os Meios de Comunicação Social acabam por tranformar-se em ópio do povo".

Na proxima postagem continuaremos discutindo a Globalização e os problemas por ela gerados e mascarados.

Abraços a todos! Um outro mundo é possível!